domingo, 30 de março de 2008

Irmão caçula

Meu irmão caçula está se formando, vai morar no exterior e um dia eu levei aquele guri para o jardim da infância. Às vezes tranqüilo..rs...às vezes bem brabo, sempre com interesses diferentes para um menino de tão pouca idade. Mas seguiu um caminho que eu também teria seguido se tivesse tido coragem: jornalismo. O guri, agora um homem, me surprrendeu por se tornar um leitor voraz e com muita sensibilidade para todos os tipos de arte, como, por exemplo, a fotografia que é uma de suas paixões. Acho que somos resultado do nossos pais, que, embora sejam muito diferentes, um mais fechado ( nosso pai) e uma pessoa que demontra mais os seus sentimentos (nossa mãe), nos passaram o legado da paixão pelo conhecimento e a mãe sempre nos abrindo as portas para a literatura e para o cinema. Agora, mais e mais chances ele vai ter de explorar e viver esta paixão que é a profissão que ele escolheu e que combina com tudo que o guri curioso mostrou que iria se tornar: um jornalista, um observador da realidade, podendo expressar isto na maneira que ele melhor se identificar. Na torcida, mano! Vá em frente!

Aceitar a morte.

Acordei neste domingo e escrevi o que me veio a cabeça, a lembrança de minha vó. Dormi de novo e no meu sonho eu me lembrava que eu tinha escrito e que tinha me referido a ela como se ela tivesse morrido e ela não morrera. Sim, nos meus sonhos minha vó não morre. E já tive muitos assim. Acho que a vontade de tê-la viva é tão forte que o meu inconsciente nunca a deixou morrer.

Pois é, aceitar as perdas é algo super difícil. De quem amamos então. Quase impossível.

Minha vó.

Minha vó era uma pessoa simples, mas que tinha uma sábia maneira de ver a vida e de vivê-la. Uma das frases que me lembro que ela dizia era: "podemos andar sem nos pisar". Esta frase era para expressar a idéia de que podemos viver sem nos machucar e sem, principalmente, machucar os outros, este último significado que ela dava mais ênfase, quando numa discussão, eu lançava alguma coisa que a ferisse. Pois é, a vida passa, e eu tenho sempre que me lembrar disto. Às vezes de forma emocionada, aliás, a maioria das vezes.

Vó, emocionada, me lembro da senhora, do seu jeito meigo e de muitas das suas frases. Muitas divertidas, muitas tocantes para mim, como esta que me referi agora.

"Andar sem nos pisar." SEMPRE TENHO QUE ME LEMBRAR!